Retorne ao SPIN

sexta-feira, 11 de dezembro de 2020

O uso do sorteio na política: para uma nova democracia, por André Rubião, na Revista Forum, em 10/7/2013

O que + ficou para trás ? ah sim: a questão politica, mais exatamente como funciona o voto na realidade spin: as escolhas daquelxs que farão as vezes de poder executivo serão feitas por sorteios entre os eleitos pelo povo ao parlamentos local, provincial e nacional....isso implica em dizer que cada cidadão da apenas 1 voto, sendo este ao parlamento municipal e, como é da cidade que emana o poder, são escolhidos, dentre eles, um para formar, com os demais representantes das cidades, o parlamento provincial ....o parlamento local escolhe ainda um terceiro nome, sendo que este integrará o parlamento nacional: como são escolhidos os prefeitos, governadores e presidentes: mediante sorteio dentre os parlamentares locais (para prefeito), provincial (para escolha do governador) e nacional (para escolha do presidente): assim fosse, não estariamos hoje sendo governados por uma milicia que destroi o pais para que facilite a dominação e, dominado, eles tenham um pais para chamar de seu: é isso o que eles querem viu


A propósito:

O uso do sorteio na política: para uma nova democracia, por André Rubião, na Revista Forum, em 10/7/2013


A ideia da volta do sorteio na política vem ganhando fôlego e surpreendendo muitos daqueles que num primeiro momento desconfiam desse saber profano

As recentes manifestações deixaram claro que os cidadãos não confiam mais no modelo político atual. Reivindica-se uma democracia radical, com uma política de baixo para cima e novos espaços institucionais. Nesse contexto, é interessante retomar uma afirmação de Aristóteles que identifica o uso do sorteio na política

sexta-feira, 12 de julho de 2019

Seu país voltou!, por Fernando Horta



"Em junho de 2001, o Jornal Nacional veiculava uma série de reportagens que viria a ser premiada. Marcelo Canellas e Lucio Alves apresentavam a “Fome no Brasil”. O dado revelado era que uma criança morria de fome no Brasil a cada cinco minutos. Em pleno “milagre neoliberal”, como gostam de citar alguns intelectuais e políticos de direita no Brasil, uma criança morria a cada cinco minutos no Brasil. Vou repetir, porque penso que o número deveria ser usado em qualquer discussão sobre política e economia de agora em diante.

Ao começar a ouvir qualquer argumento dos defensores desta hipocrisia de direita, pare e escreva “em 2001, aos sete anos do governo FHC, uma criança morria de fome a cada cinco minutos no Brasil”. Repita ou escreva, não importa, mas sempre comece por esta informação. Em seguida, olhe a ginástica retórica que o interlocutor fará e avalie se ela se encontra no campo da ignorância ou da mácula moral insanável. Qualquer das duas opções, é uma conversa que não vale à pena.

Não sei se já mencionei, mas em 2001, uma criança morria de fome a cada cinco minutos no Brasil. O fato, chocante, inaceitável, inumano, é irrisório perto da pergunta de um pai, quando confrontado pelo jornalista se não havia como o seu filho “ganhar um pouco mais de peso”. Ana Cláudia dos Santos, a mãe, e Evangelista dos Santos, o pai, com a sabedoria de quem luta para sobreviver, respondem ao repórter “o que você acha que eu devia fazer?” Este diálogo reflete o Brasil do neoliberalismo. O repórter, obviamente não sabia sobre o que perguntava e não conseguia compreender o que via e ouvia. Provavelmente foi dilacerado a cada entrevista, eis que humano. O pai entrevistado, sequer com tempo de tirar a enxada das costas para falar, desfere a pergunta fatídica que separava os brasis de forma tão evidente. “O que você acha que eu deveria fazer?” para salvar a vida da minha filha que não tem o que comer ...

Eu me recordo de assistir esta reportagem e chorar, copiosamente. Eu não choro com hino, bandeira ou camiseta verde amarela. Não choro por cântico religioso fervoroso. Não choro por ver alguém “atingir a meta” de malhar todo dia e perder peso. Não sou de reconhecer heróis em ações ordinárias e totalmente comuns. Eu chorei como criança vendo aquela série. O olhar de Evangelista para o repórter era a demonstração de que nada, absolutamente nada naquele país, poderia estar dando certo.
O que não consigo entender é como Ana Cláudia dos Santos, a mãe, e Evangelista dos Santos, o pai, se tornaram “vagabundos que se aproveitam do Estado para não trabalhar”. Ou ainda como a fome de sua filha poderia ser um reflexo “da meritocracia” que levaria – em um livre mercado – a sociedade brasileira a ser produtiva e rica. Não entendo como Ana Cláudia e Evangelista se tornaram o “problema das contas públicas do Brasil”, tendo contra si os dedos da classe média (saciada) e da maioria dos que apertam botões no parlamento, e que hoje defendem o fim dos programas sociais, dos direitos do trabalho e a redução de vencimentos para os mais pobres.

Apenas uma sociedade doente, ignorante e hipócrita pode acreditar que Ana Cláudia e Evangelista estão sofrendo assim por que não se esforçaram o suficiente. Apenas uma sociedade lunática, cínica e monstruosa pode se convencer de que eles sofrem desta forma por não terem fé suficiente ou por não terem depositado algum valor numa conta em nome de algum deus.
E eu não falei ainda da sua bebê, que padece da fome.

Certamente quando ela crescer, depois de ter lutado para sobreviver, vai saber evitar as mazelas da sociedade. Vai se esforçar numa escola pública de algum sertão poeirento e seco e vai concorrer “de igual para igual” com alguém que comeu na infância toda e que “não aceita privilégio” de quem quer que seja.

Também não falei de você, que se “revoltou” com o conto das “pedaladas” e saiu a bater panelas vazias – de barriga cheia – querendo o “seu país de volta”. Pois a ONU informa que a fome voltou ao Brasil. O seu país, finalmente, voltou. E se você a ele reivindicar as cores verde e amarela, fique com elas. Não me farão falta as cores de um país em que uma criança morria a cada cinco minutos de fome. Um país hipócrita que não aceita vidraça quebrada, mas nunca se importou com as muitas Anas Cláudias e Evangelistas a enterrarem seus filhos em caixas de sapato, como “querubins sem pecado”, no único consolo possível.

Que bom que as cores nos diferem. Você fica com a hipocrisia em verde amarelo e eu procuro qualquer outra que dê guarida a um país sem fome. Quem nos olhar saberá de pronto que não me misturo com quem prefere o cassetete à cabeça do estudante, quem prefere o privilégio da gravata à comida da criança, quem tem força física para bater em panela, mas padece de inanição moral.
Não sei se já falei, mas em 2001, aos sete anos do governo de FHC, uma criança morria a cada cinco minutos de fome, no Brasil.
Este país voltou ...
De fome ..."

Fernando Horta.

quinta-feira, 13 de junho de 2019

Bolsonaro deixa 28 milhões de brasileiros sem médicos, aponta New York Times

O Principe,, de Maquiavel

terça-feira, 11 de junho de 2019

Taxa de Crescimento é a Menor da História, diz Relatório do Senado

No IFI (Instituição Fiscal Indepedente, vinculada ao Senado)
Baixe aqui a  íntegra do  relatório fiscal divulgado hoje, 11 de junho.
Eu reproduzo  alguns prints abaixo.  Os textos são do próprio  relatório.
Destaques:
  • Recuperação lenta da atividade ainda produz implicações sobre o mercado de trabalho.
  • Projeção de PIB de 2019 ganha viés de baixa diante dos resultados do primeiro trimestre.
  • Intervalo plausível para o hiato do produto é estimado entre 6,0% e 3,6%, ambos negativos.
  • Receita líquida total caiu 0,4% em termos reais, no acumulado até abril de 2019, na esteira da baixa atividade econômica.
  • Despesa total caiu 0,8% entre janeiro e abril de 2019, mas obrigatórias mantêm tendência de alta.
  • Déficits primário e nominal do setor público continuam elevados.
  • Plano de Equilíbrio Fiscal (PEF) é nova tentativa de remediar o problema fiscal nos Estados.
  • Em maio, contingenciamento chega a R$ 32 bilhões, 23% das despesas discricionárias da União, em 2019.
  • Contingenciamento não é linear, masatinge todos os ministérios. Saúde é o menos afetado.
RELATÓRIO DE ACOMPANHAMENTO FISCAL – JUNHO DE 2019
No primeiro trimestre de 2019, a taxa de investimento recuou para 15,5% (de 15,8% no trimestre anterior), patamar inferior à média histórica registrada entre 1997 e 2013 (18,6%). Essa dinâmica tem sido influenciada pela diminuição dos investimentos públicos, pela existência de elevada capacidade ociosa no parque industrial e pelo ambiente de incerteza acerca das perspectivas de recomposição do quadro de equilíbrio fiscal. (Página 6)
Os dados referentes ao primeiro trimestre de 2018 mostram persistência de elevado desemprego, saída de pessoas da força de trabalho, desestimuladas, em grande medida, pela falta de oportunidades, e avanço moderado da massa salarial. Esse quadro é compatível com a menor contribuição da demanda doméstica no crescimento do PIB.(Página 11)

terça-feira, 28 de maio de 2019

Relator especial da ONU explica como multinacionais alimentam a ultradireita



As 500 empresas multinacionais privadas têm 52% do PIB do mundo, que monopolizam um poder econômico-financeiro, ideológico e político que jamais um imperador ou papa teve na história da humanidade

Jean Ziegler, entrevistado por Jamil Chade, no SWI Brasil | Foto: KEYSTONE/Laurent Gillieron
Do Outras Palavras


Relator especial da ONU explica como as “sociedades multinacionais privadas” tornaram-se as verdadeiras donas do mundo, e impedem qualquer Estado, cidadão ou política social de conter fome, pobreza e as crises humanitárias
Jean Ziegler é uma ave rara na cena política suíça, encarnando há quase meio século a figura do intelectual público de projeção global. Seu ativismo político e atuação internacional, como relator especial da ONU, rendeu-lhe uma extensa gama de inimigos, não só entre os bancos, empresários e lideranças conservadoras, mas até mesmo no campo mais progressista. Mas Ziegler continua um observador ativo, e nota que os cidadãos das grandes democracias vivem um “desespero silencioso e secreto”.