Retorne ao SPIN

quinta-feira, 10 de maio de 2018

Brasil de Temer: Produção industrial cai e dólar dispara

A cada dia, a divulgação de novos indicadores ajuda a desmentir o discurso do governo Michel Temer, que faz alarde celebrando o que considera um bom resultado da economia. Nesta quarta (09), foi a vez de o IBGE mostrar que a produção industrial caiu 0,1% em março, com recuo em oito das 15 regiões pesquisadas. No mesmo dia, o dólar disparou e chegou a R$ 3,60 pela primeira vez em dois anos.
  
De acordo com o instituto de pesquisa, as quedas mais acentuadas na indústria foram registradas na Bahia (-4,5%), no Rio de Janeiro (-3,7%) e na região Nordeste (3,6%). Também tiveram resultado negativo Santa Catarina (-1,2%), Rio Grande do Sul (-0,9%), Paraná (-0,9%), Minas Gerais (-0,5%) e Ceará (-0,2%). Entre as áreas com crescimento no mês, estão Pará (9%), Mato Grosso (4,7%), Espírito Santo (2,8%), Amazonas (2,6%) e São Paulo (2%).


O indicador de março, contudo, é apenas um pedaço do problema. Na série com ajuste sazonal, a média móvel trimestral para a indústria mostrou recuo de 0,7% no trimestre encerrado em março de 2018, frente ao nível do mês anterior.

Em uma economia como a brasileira, é difícil pensar que possa haver crescimento econômico sustentado, sem crescimento da produção industrial. Mas o atual governo continua a priorizar uma política que drena recursos para o setor financeiro, e desidrata o produtivo, que de fato tem impacto na vida das pessoas.

A gestão Temer não só fez caírem os investimentos públicos, como tem dificultado a retomada dos investimentos privados e a vida da indústria brasileira. Por exemplo, acabou com a política de conteúdo local da Petrobras e promove o desmonte do BNDES.

Em março deste ano, o IBGE já havia divulgado que, apesar de a indústria de transformação ter registrado um crescimento de 2,2% em 2017, ela continuou a perder espaço na economia. A participação do segmento no Produto Interno Bruto (PIB) caiu para 11,8%, a menor desde os anos 1950. No início da década, esse percentual era de 15% e, nos anos 1980, chegou a superar a casa dos 20%.

Dólar


Na manhã desta quarta, o dólar rompeu a barreira dos R$ 3,60, cotação que não era atingida durante os negócios desde 2 de junho de 2016. O resultado é reflexo não apenas das incertezas internas no Brasil pós-golpe em ano eleitoral, como também da tensão nos mercados externos com a saída dos Estados Unidos do acordo nuclear com o Irã.

Além disso, a expectativa de alta dos juros norte-americanos e a crise cambial na Argentina - que na terça-feira recorreu ao Fundo Monetário Internacional (FMI) - também contribuem para que a moeda siga tendência de alta para os próximos meses.

Em entrevista à Globonews na terça-feira (8), o presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn, afirmou que a alta do dólar é um movimento global. Segundo ele, o banco está monitorando o mercado e intervirá quando necessário.


Do Portal Vermelho, com agências